10.2.10

Tretas a Parte esbanjou atitude no Grito Rock Uberaba

Grupo de Rap invadiu a praia dos roqueiros e provou que o preconceito musical é atitude de gente ultrapassada

O público que acompanha os eventos produzidos pelo Megalozebu deve ter notando a aproximação da cena Hip Hop com o coletivo. Desde o 3° Encontro Novas Tendências, que contou com a apresentação de Lindomar 3L, os laços vêm ficando cada dia mais estreitos.

Em janeiro, por exemplo, a equipe de comunicação do Megalozebu fez a cobertura da viagem que vários representantes do Hip Hop da cidade, fizeram até São Vicente, no litoral paulista, para participar do 3° Encontro Nacional da Nação Hip Hop.

E no Grito Rock, mais uma vez, o Rap invadiu a programação. A banda Tretas a Parte fez sua apresentação no sábado (06/02), segundo dia do evento, e aproveitou o festival para realizar o lançamento do seu mais novo trabalho “Efeito Estufa”, que pode ser baixado nesse link. Confira a conversa que tivemos com os músicos:

Megalozebu: Como foi trazer o Rap para um evento que não é bem o público de vocês?

Totoin: A parada foi 100%, eu falo por todos. As vezes você fica mais feliz em tocar em outro lugar que não seja para a galera que curte o rap, que ouve o rap, porque você pode expandir seu som e levar para uma galera bem diferente que não tinha te ouvido antes. E a gente aqui não tem preconceito com estilo musical. Gostamos de rock, rap, samba, de tudo.

Peixe: A parada mais linda é que essa galera curte o Rock e aceitou o Rap numa boa. Foi lindo, foi legal para caralho, emocionante, entendeu?!Não tem nada melhor que isso.

Durante o show de vocês no Grito Rock Uberaba, vocês fizeram o lançamento oficial do CD “Efeito Estufa”. Por que vocês escolheram esse festival?

Totoin: Primeiro porque é aquela parada do “mineiro se virar”. A gente não gastou nem 1 real para lançar o CD. E Uberaba é foda de você organizar uma festa legal, conseguir alvará, conseguir chamar uma galera legal. A gente tocou para uma rapaziada que não é do Rap, mas também, trouxemos um pouco dos amigos que curtem nosso som e assim a família ficou maior. A gente achou massa pra caramba. Unimos o útil ao agradável.

Vocês se consideram uma família, um coletivo. Como é a relação do grupo?

Peixe:
É tensa cara, é tensa (risos).

WilWil: Nego volta do ensaio e não sabe cantar a letra, faz improviso e vai (risos).

Totoin: Da até medo (risos). A galera que não conhece acha que a gente vai se matar. Mas nossa produção é feita com a maior dedicação. O Cd “Efeito Estufa” demorou mais de 3 anos para ficar pronto. A gente ta sempre buscando fazer o melhor. Mas vamos levando na moral, sem muita chatisse, sem muita cobrança.


O selo Sambação Ilimitada apóia o trabalho de vocês. Eu queria que vocês contassem um pouco da história desse selo e a atuação dele dentro do movimento Hip Hop em Uberaba.

Totoin: O Sambação Ilimitada nasceu em 2004 quando a gente começou a fazer as produções, porque não tinhamos condições de fazer fora. E o mais importante desse selo é que a gente ta sempre apoiando quem ta afim de chegar com idéias sadias no Rap e não só aquela idéia de que tem que ser violento, isso ou aquilo, para conseguir público, ta ligado?! E o Sambação ilimitada já lançou muita coisa. Tem o EP do Quarto Templo, meu CD solo, meu EP, o EP do Tretas a Parte que saiu em 2008, o CD Efeito Estufa e estamos produzindo o CD solo do Peixe, do Wil Wil, do 100Talento, Molusco. E a gente não apóia só os parceiros que cantam Rap. Se o cara ali canta bem, a gente chama ele.


Texto: Michelle Parron
Imagens: Diego Aragão

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