9.7.09

Violência doméstica é tema no Ciclo de Fomento

Com o objetivo de desenvolver ações para fomentar a governança social em Minas Gerais, o Instituto de Governança Social - IGS, através da realização do Centro Mineiro de Alianças Intersetoriais – CeMAIS e o Governo de Minas, promoveu em Uberaba nos dias 29 e 30 de junho, o VII Ciclo de Fomento. Um instrumento que busca da união de diversos setores da sociedade para conquistarem objetivos comuns.

Um dos assuntos que provocou grande discussão foi a violência doméstica, tema da palestra que foi ministrada pelo Promotor de Justiça em exercício na Promotoria Especializada na Defesa da Mulher, Eduardo Henrique Soares Machado.

De acordo com o promotor, a violência doméstica é a repetição de um padrão de comportamento abusivo através de uma conduta emocional, física, psicológica, sexual, em que o objetivo dessa conduta é assegurar o poder de um gênero sobre o outro.

A maior vítima de violência doméstica na sociedade é a mulher. Os números levantados pelo promotor em Belo Horizonte indicam que % das mulheres abaixo de 40 anos são as maiores vitimas de violência; 80% da violência contra mulher acontece dentro do casamento; 25% da população feminina já foi agredida dentro da própria casa e 82% das agredidas são de família de baixa renda. “Isso não quer dizer que a classe média não sofra violência, mas porque os ricos resolvem os problemas de outra forma, através de remédios e consultas ao psiquiatra”; afirma Eduardo.

Mesmo no papel de vítimas, elas geralmente se sentem culpadas por terem sido agredidas por seus parceiros, o que pode vir a ser um fator de impedimento para que denunciem os agressores.

A violência doméstica está calcada na opressão e na própria cultura machista, que ainda enxerga a mulher como submissa, que deve se submeter às exigências masculinas. A mulher é criada nos moldes para aceitar essa realidade social. “O mundo que a gente conhece é masculino”; destaca o promotor Eduardo.
A solução para esse entrave, segundo o promotor Eduardo Henrique Soares Machado é buscar apoio na política. “Uma mudança política pode gerar uma mudança social no que se refere a violência doméstica. E a mudança social é que vai gerar a mudança individual”; destaca o promotor, que cita a lei Maria da Penha como um avanço na luta contra a violência doméstica.
Além disso, Eduardo frisa a importância de que a esperança por uma mudança na mentalidade social pode estar diretamente ligada a educação e consciência das crianças, que devem ser orientadas desde pequenas a respeitar a mulher.

Além da discussão sobre violência doméstica, durante os dois dias do evento, foram realizadas palestras abordando vários temas como o papel do Instituto de Governança Social, desenvolvimento sustentável, combate a evasão escolar, investimento social privado, legitimidade e efetividade dos Conselhos de Políticas Públicas no Brasil e Gestão de Redes Sociais.

Texto: Michelle Parron
Fotos: Michelle Parron

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