Os vários focos de fumaça mostram, que além da reação química do material despejado e das constantes queimadas provocadas para extrair cobre e outros metais dos pneus, que no local há algo errado. O operador de máquinas José de Melo Gonçalves trabalha há dois anos no aterro e confirma que existe lixo da cidade inteira sendo depositado, clandestinamente, no local. “A gente não vê porque o cara chega (com o caminhão) despeja o lixo e só depois que a gente empurra é que vê”; explica José de Melo referindo-se ao material depositado.
Além de comprometer o solo com os produtos químicos, o aterro já está saturado e a poucos metros do rio Uberaba, mesmo estando à jusante da captação. Realidade que demonstra a falta de planejamento da Prefeitura de Uberaba, que permite o funcionamento de um lixão próximo há uma fonte de água que não recebeu preparo do solo, para evitar a contaminação do lençol freático, como relata o presidente da Organização Não Governamental Geração Verde, Ricardo Urias de Souza.São cerca de quinze famílias que sobrevivem do lixo depositado no lixão. O ajudante de mecânico Rogério Lucas de Oliveira é um dos catadores que freqüenta o aterro quase todos os dias. Morador do bairro próximo ao local, Rogério afirma que já tirou cerca de seiscentos a setecentos reais por semana, através da venda de reciclados e sucatas separadas. “O local já está saturado, eu ainda não entendo porque a Prefeitura não desativou o lixão”, relata o ajudante de mecânico. A equipe do Uberabajá observou também que os catadores não têm equipamentos de proteção, como máscaras, botas e luvas para manusear os dejetos. Além de conviverem com o intenso mau cheiro, os trabalhadores e moradores das proximidades estão constantemente expostos às reações desta fuligem química.
Segundo o secretário do Meio Ambiente, José Luis Barbieri, “a solução para o problema do aterro será remediada com algumas técnicas de revitalização, assim que a capacidade do aterro sanitário se encerrar”.
E que a Prefeitura tem projetos no futuro para isso. E enquanto não for constatada esta saturação, os moradores e o meio ambiente continuarão a sofrer com os danos já irreversíveis apresentados no local, uma vez que a rocha basáltica é fragmentada, possibilitando a passagem e aprofundamento dos detritos.
Texto: Michelle Parron
Edição: Ellen Gomes
Imagens: Bárbara Guilherme
Edição: Ellen Gomes
Imagens: Bárbara Guilherme
Um comentário:
aonde esta a FEMAM ou uma SECRETARIA DE MEIO AMBIENTE, me admira muito MG um estado com tantos conhecedores de legislação, alem de inumeras ciencias chegar a esse patamar de negligência.
Esperava mais do ESTADO MG.
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