26.12.10

Coletivando


Discutindo ações, compartilhando o mesmo espaço e trabalhando por objetivos em comum. Para quem acha que dividir o que tem é perder uma parte do todo, não está na mesma sintonia da nova safra de jovens que optaram por viver coletivamente.

Eles dividem o que podem: o dinheiro que ganham, a casa onde moram, o computador para fazer seus trabalhos, as tarefas de casa, as ideias e, principalmente, os ideais. Se multiplicam em rede. Transformam o 2+2 em 5 e chamam a soma das pessoas que fazem parte desse mesmo grupo, de coletivo.

No Brasil, existem coletivos espalhados por vários lugares. Mas há uma rede com mais de 60 grupos como esses que está se popularizando no país. Essa rede é o Circuito Fora do Eixo, que reúne uma geração de jovens desapegados do individualismo, dos bens materiais, de passar 8 horas por dia em um escritório fazendo algo que não gostam, apenas para ganhar dinheiro, para serem seus próprios gestores e acreditarem no trabalho colaborativo.

Podem ser músicos, malabaristas, comunicadores, advogados, enfim, um coletivo é formado por vários profissionais que perceberam que morar numa mesma casa e ter um escritório onde ninguém é o patrão, pode ser mais vantajoso na hora de desenvolver seus projetos.

Para os que moram na mesma casa, isso inclui dividir a vida com homens e mulheres, onde cada um deve cumprir seus deveres como limpar o chão da cozinha, fazer as compras do mês, fazer o almoço, dividir seu quarto durante uma hospedagem solidária para uma banda ou um colega de um coletivo de outra cidade e, ainda, disponibilizar seu dinheiro ao caixa coletivo (um banco onde é depositada toda renda do coletivo que é distribuída de acordo com as necessidades que surgem de cada membro do grupo).

Parece impossível? Mas dentro do Fora do Eixo há vários exemplos de pessoas que optaram em deixar o isolamento financeiro, profissional e pessoal e transformaram seu coletivo em uma grande família, por acreditarem que juntos são ainda maiores e podem conquistar mais objetivos quando várias pernas caminham no mesmo rumo da prática da colaboratividade.

Texto: Michelle Parron (para revista Fora do Eixo - TCC de Verônica Boaventura)
Foto: Massa Coletiva

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