Vários pontos que envolvem o universo da dança foram colocados em discussão, como a questão de fazer com que o público descubra que assim como nas outras artes, a dança também é capaz de transmitir emoção, aventura, suspense, comédia e tantas outras sensações já conhecidas e vividas pelo cinema, por exemplo.
A modalidade artística também foi comparada à música. Diferente de um show, a dança tem a necessidade de ter um público atento ao palco. “A música permite uma interatividade que a dança não permite”, afirma a bailarina Bete Arenque, que completa dizendo que enquanto a banda está tocando, o público pode interagir com outras atividades ao mesmo tempo, como conversar e beber.
Falta união
A diversidade de estilos como, por exemplo, dança de rua, de salão, balé clássico e Jazz, abrem um leque também para o preconceito dentro da própria classe. Para a bailarina Caroline Mello, o problema vem da falta de união dos artistas, que muitas vezes não respeitam o trabalho do colega. Para que a dança ganhe força no mercado cultural, segundo a bailarina, é necessário que a classe passe a se unir e quebrar os preconceitos que existem entre os estilos de dança.
A aluna Carolina Mello acha que falta mais união na classe
A arte e o público
O principal desafio da mesa redonda foi descobrir como aproximar o público a dança, já que no dia anterior ao encontro, por exemplo, a companhia SeraQ?, de Belo Horizonte, se apresentou no Teatro SesiMinas de Uberaba e estiveram presentes pouco mais de vinte pessoas, num espaço com lotação máxima para cerca de quinhentas. “Será que o problema está na divulgação?”, questiona Rui Moreira, coreógrafo da companhia.
Coreógrafo Rui Moreira da companhia SeraQ?
Experiente no uso da tecnologia gratuita de divulgação, que é a internet, Letícia Rezende, coordenadora do Coletivo Megalozebu, ponto Fora do Eixo em Uberaba, trouxe para a roda as ferramentas virtuais utilizadas pelo coletivo na promoção de eventos, para contribuir na busca de soluções para o problema da falta de público que acontece nos espetáculos de dança.
Talvez seja necessário também desmistificar a dança. “Uma pessoa pra ir ver dança, pergunta e quer saber muito bem o que ela vai encontrar lá”, afirma Bete Arenque. Mas será necessário explicar ao público como é a dança ou seria melhor ele ver o espetáculo e construir sua idéia com base na observação?
Com tanta discussão, vários pontos de interrogação ainda pairam no ar sobre a expansão do mercado da dança. E na sua cidade, será que essa arte também passa pelas mesmas dificuldades?
Texto: Michelle Parron
Fotos: Michelle Parron
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