22.7.09

O Sul também aquece a cena independente


Em atividade desde 2007, o Coletivo extremoROCKsul foi um dos pioneiros a representar o sul do Brasil no Fora do Eixo. Atuando na capital gaúcha desde a organização do 1° Grito Rock Porto Alegre, em 2008, o Coletivo, antes de se oficializar, contava com o apoio de bandas, produtores e outros parceiros para promover ações.

Entre músicos e produtores atuantes, somam-se dez pessoas envolvidas no Coletivo sob a coordenação de Leonardo Brawl Márquez, que atua em tempo integral junto a Maykel Rodrigues e Juliano Fraga, responsáveis pela sonorização e produção de eventos.

Meios de comunicação como MSN, Skype, telefone, motoboy, almoços e jantares, servem como meios para reunir a galera e transformar cada encontro em uma reunião.

Um importante ponto de apoio ao extremoROCKsul é ser o braço musical da Associação Sonar Cultural, que une pessoas interessadas em buscar a sustentabilidade em todos os seus aspectos, sejam eles ligados direta ou indiretamente a cultura. Dessa união já despontaram ações como as Caravanas Grito Rock, que prima pela descentralização da cultura, levando o rock por todo o Estado.

Nos projetos e eventos do extremoROCKsul já circularam cerca de 33 bandas autorais. “São só bandas autorais que a gente chama pra trabalhar conosco, e o regime é de cooperação. A gente obriga que, no mínimo, um integrante de cada banda se envolva na produção do evento em questão. E isso é regra desde a pré produção do Grito Rock 2008”; afirma o coordenador Leonardo Brawl Márquez.

Como todos os Coletivos, o extremoROCKsul também tem suas dificuldades de atuação. Leonardo acredita que há uma crise de curiosidade artística, na qual os gaúchos estão passando. “A gurizada não ta indo ver coisas novas. Mesmo se o evento é barato o sujeito prefere ir a uma festa de DJ, pra tomar cerveja e tentar “pegar” mulher. A crise é cultural”.

A sabotagem dos investidores, tanto privados como estatais, que preferem gastar setenta mil em duas bandas populares do que dez mil num festival de duas noites, também é um dos pontos que dificultam que a cena independente ganhe um fôlego ainda maior no Rio Grande do Sul, segundo Leonardo.

Mesmo com essas barreiras de atuação, o extremoROCKsul procura se inserir nos principais debates culturais acerca dos rumos da cadeia produtiva, através de um amadurecimento artístico, filosófico, político e econômico. E pretende continuar unido para promover a socialização de bens materiais e culturais, através de práticas de trocas e formas de inter-relações horizontais.

A última conquista do Coletivo foi o fechamento com uma casa de shows para promover mensalmente a Noite Fora do Eixo em Porto Alegre. Para os próximos meses, o extremoROCKsul estará envolvido em ações como lançamentos oficiais do Circuito Fora do Eixo no Rio Grande do Sul, o Metrorock, que é o encontro de coletivos gaúchos e as corriqueiras Caravanas Grito Rock.

Texto: Michelle Parron

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