3.6.09

Prefeitura promete mudanças no sistema de transporte coletivo em 30 dias

A Audiência Pública do Transporte Coletivo de Uberaba foi finalmente realizada no dia 30 de maio no Cine Teatro Vera Cruz, após adiamentos. Assuntos como o sistema de monitoramento e ouvidoria, o andamento da licitação do transporte coletivo e a viabilidade da construção de um terminal foram abordadas e discutidas pelas autoridades presentes.

A novidade apresentada durante a audiência foi o programa de monitoramento dos ônibus, em que através do Sistema de Posicionamento Global, o GPS, é possível localizar o momento exato onde se encontra cada veículo na cidade e ter o controle dos atrasos e adiantamentos dos ônibus. Marylin Marques Ferreira, Coordenadora do Monitoramento do Transporte Coletivo da Prefeitura Municipal de Uberaba afirma que através desse programa é possível que a empresa responsável pelo transporte público seja informada em tempo real, para que solucione imediatamente algum problema.
Mesmo sendo o transporte público assunto de interesse de grande parte da população uberabense, que faz uso do serviço, poucas pessoas compareceram ao Teatro, dentre elas se encontravam alguns líderes comunitários e representantes da União de Jovens e Estudantes do Brasil, que puderam participar da audiência através de questionamentos somente por escrito.
Romilda de Paula Silva Freitas, presidente da associação do bairro Vila Militar, reclama do atraso dos ônibus em seu bairro que já chegou a ser de uma hora e meia. “Como que eles falam que estão monitorando os atrasos? Eles (responsáveis pelo monitoramento) estão chamando a gente de bobo”; relata a presidente da associação.
Representando os interesses dos jovens e demais usuários do transporte coletivo, a União de Jovens e Estudantes do Brasil esteve presente na audiência. José Thiago de Castro, que faz parte da UJE, afirma que juntamente com outros setores da sociedade, como a Associação dos Usuários de Transporte Coletivo de Uberaba, a União vem desempenhando, há cinco anos, o papel de recolher informações e sugestões para melhorar as condições do transporte coletivo. “Fizemos um instrumento com várias sugestões e entregamos aos representantes do poder executivo e aos presentes aqui na audiência pública”, afirma o representante da UJE.
Um público que ainda está um pouco esquecido pelo transporte coletivo são os deficientes físicos. Uberaba tem hoje uma quantidade pequena de ônibus adaptado circulando pelas ruas. O portador de deficiência física, quando não se depara com ônibus com rampas estragadas, é obrigado a passar por situações de constrangimento, com a falta de paciência de cobradores e dos próprios passageiros, que se incomodam com a demora durante o processo de entrada e saída do cadeirante no veículo. José Neto de Moura, usuário de cadeira de rodas, conta que já ocorreu de ele esperar pelo ônibus adaptado por mais de trinta minutos. E quando o veículo chegou, estava quebrado. Teve que ligar para Transmil providenciar uma van adaptada, que demorou mais quarenta minutos para chegar. “Só que na volta eu tive que pagar um taxi para voltar para casa, porque não tinha ônibus para eu voltar”; afirma o cadeirante.
De acordo com Anderson Adauto, Prefeito de Uberaba, dentro de trinta dias, todas as sugestões levadas à audiência e possíveis de serem incorporadas, estarão em funcionamento. “Independente do resultado da justiça, nós iremos implementar todas as mudanças que nós idealizamos e que foram colocadas no edital de licitação para o nosso sistema de transporte coletivo na cidade”; afirma o prefeito.
Questionado a respeito de não haver nenhuma liderança comunitária fazendo parte da mesa diretora do evento, para que as discussões fossem realizadas com maior objetividade e que a população pudesse ter um diálogo direto com as autoridades, Anderson Adauto afirmou que “isso não tinha relevância e que ter ou não uma liderança comunitária na mesa não quer dizer nada”. O formato da audiência pública foi criticado pelos presentes, já que os questionamentos só podiam ser escritos, por determinação do próprio prefeito, que inclusive colocou a assessoria à disposição para aqueles que não sabiam escrever. O clima esquentou mesmo quando o vereador Jorge Ferreira em uso do microfone, disse que independente de quem estivesse no comando da administração municipal deveria respeitar o que está preconizado no Plano Diretor da cidade, indagando o diretor Claudinei Nunes sobre a forma de “poesia e achometros” que estava o setor; Exato momento em que foi interpelado pelo prefeito Anderson Adauto para que “não avacalhasse a reunião” dizendo que não abriria exceção, para o uso da palavra falada, só escrita. Os presentes solicitaram uma nova audiência pública com abertura verbal para as indagações, porém o mestre de cerimônias do evento garantiu que se houver outra audiência só será através de indagações por escrito, que são as regras pré-determinadas.


Texto: Michelle Parron - Repórter / Ellen Gomes - Jornalista
Imagens: Michelle Parron

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